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Tintas de tatuagem: que quantidade de cor entra no corpo?

Em média, apenas cerca de um quinto da cor utilizada fica na pele. Grande parte da tinta é excretada através das feridas à medida que estas cicatrizam

Num novo estudo clínico, cientistas do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR) traçaram pela primeira vez o percurso e o metabolismo dos componentes líquidos dos agentes de tatuagem no corpo. O estudo, publicado na revista Archives ofToxicology, mostra que as quantidades de agentes que permanecem no organismo são menores do que se supunha anteriormente. “Os resultados do nosso estudo permitirão, no futuro, avaliar com maior exatidão os riscos para a saúde decorrentes da tatuagem”, afirma a responsável pelo estudo, Ines Schreiver, do Centro de Estudos de Dermatotoxicologia do BfR.

“A deposição de pigmentos coloridos de tatuagens nos gânglios linfáticos é conhecida há muito tempo e também foi suficientemente comprovada pelos nossos estudos”, explica a Schreiver. Os pigmentos são insolúveis e, por isso, constituem a fração sólida da tinta. A quantidade e o padrão de distribuição dos componentes líquidos no corpo ainda não foram investigados. Para o estudo, 24 voluntários receberam uma tatuagem à sua escolha. Esta foi efetuada em condições laboratoriais nas instalações do hospital Charité, em Berlim, por tatuadores profissionais. As sessões individuais de tatuagem duraram, em média, pouco menos de três horas e meia. Foram recolhidas amostras de urina e de sangue antes, durante e depois. Com a ajuda das chamadas substâncias marcadoras, a equipa do BfR conseguiu compreender como os componentes líquidos dos agentes de tatuagem se comportam no corpo e são processados pelo metabolismo.

Os metabolitos já eram detetáveis na primeira amostra de sangue, pouco depois do início da tatuagem. Isto também revelou que o metabolismo funciona de forma diferente do esperado quando as substâncias são absorvidas através da pele durante uma tatuagem. Por exemplo, uma das substâncias marcadoras utilizadas foi mais frequentemente convertida noutros metabolitos quando comparada com a ingestão oral através dos alimentos. Este facto pode ser atribuído a determinadas enzimas nas células da pele, como foi demonstrado em experiências subsequentes de cultura de células. Pode presumir-se que estas enzimas têm um efeito comparável em substâncias semelhantes. Os metabolitos formados desta forma podem ter efeitos diferentes dos metabolitos formados através de outras vias de absorção.

O estudo também monitorizou a quantidade de tinta de tatuagem utilizada em cada sessão. Por um lado, as garrafas de tinta foram pesadas com exatidão antes e depois da sessão. Por outro lado, todas as agulhas, panos e luvas utilizados foram recolhidos e foi determinada a quantidade de resíduos de tinta aderentes aos mesmos. Em média, apenas cerca de um quinto da cor utilizada acabou por ficar na pele. Grande parte da tinta era excretada através das feridas à medida que estas cicatrizavam. Os dados de exposição sobre a deposição de tinta no corpo obtidos no âmbito do estudo permitirão, no futuro, uma avaliação mais exata dos possíveis riscos para a saúde decorrentes de substâncias químicas potencialmente perigosas presentes nas tintas de tatuagem.

Este texto é uma parceria com a GreenOcean www.greenocean.pt

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